Pós-parto: recuperação e saúde materna com aromaterapia Foto: Freepik

O pós-parto é um período repleto de mudanças psicológicas e corporais para as mães. Seja na primeira gestação ou em uma nova experiência com outro filho, cada processo é exclusivo e apresenta desafios singulares. A aromaterapia, uma terapia complementar baseada no uso de óleos essenciais, têm demonstrado ser uma aliada relevante para garantir o bem-estar nesse momento. Tanto no aspecto físico quanto emocional.

Aromaterapia no pós-parto

De acordo com a Dra. Talita Pavarini, enfermeira aromaterapeuta, os óleos essenciais oferecem benefícios relevantes, especialmente na diminuição de dores e na cicatrização de feridas, independentemente do tipo de parto. “A aromaterapia, no uso de óleos essenciais, e nunca essências, pode associar-se a óleos vegetais para trazer benefícios nas duas grandes áreas: físicas, como diminuição de dores e prevenção de infecção nos locais dos pontos cirúrgicos, e emocionais, com a redução de estresse, ansiedade e medos associados a esta nova fase.”

O uso de óleos essenciais pode ser útil no alívio de diversas condições, como na redução das dores pós-parto e cicatrização dos pontos cirúrgicos.. A Dra. Talita destaca que as formas mais eficazes de utilizar os óleos essenciais incluem a inalação, massagens e banhos de assento, que proporcionam relaxamento e potencializam os efeitos terapêuticos.

O emocional pós-parto

Além disso, a aromaterapia é uma poderosa ferramenta para lidar, também, com questões emocionais, como a depressão pós-parto (DPP) e a ansiedade. Sua eficácia está relacionada com a forma como os óleos essenciais interagem com o sistema nervoso central. “Os óleos essenciais atuam no sistema límbico, uma das áreas do cérebro que participa da regulação emocional. A inalação estimula receptores olfatórios que enviam sinais ao hipotálamo. Influenciando a liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que regulam o humor e a ansiedade”, explica a profissional. Óleos como Rosa Damascena (Rosa damascena) e Bergamota (Citrus bergamia) apresentaram resultados promissores na melhoria do humor e dos sintomas associados à DPP.

Um exemplo prático do impacto da aromaterapia pode ser observado no caso de uma mãe solo, de 28 anos, que enfrentou tristeza e fadiga extrema após seu segundo parto cesárea. “Após consulta, utilizou via inalação óleo essencial de laranja doce (Citrus sinensis) e Rosa Damascena (Rosa damascena), conforme prescrição. O enfrentamento ficou mais leve e os episódios de tristeza reduziram, assim como a fadiga”, relata a Dra. Talita, reforçando a importância de um acompanhamento personalizado para atender às necessidades de cada mãe.

É preciso conhecimento e cautela

Entretanto, é fundamental ter cautela no uso de óleos essenciais, especialmente considerando a presença do recém-nascido. Certos óleos, como Eucalipto (Eucalyptus globulus e Eucalyptus radiata) e Alecrim (Rosmarinus officinalis, quimiotipo cânfora), devem ser evitados devido ao risco de depressão respiratória e neurotoxicidade em altas doses.

A aromaterapia, quando utilizada de forma correta e orientada por profissionais capacitados, pode se tornar uma valiosa aliada no cuidado integral da mulher no pós-parto, promovendo bem-estar e auxiliando na superação dos desafios desse período.