Dia mundial do amor: conheça histórias sobre diversas formas de amar Junior Rostirola é autor de "Café com Deus Pai" e vê no amor pelo próximo uma forma de ressignificar suas próprias dores - Créditos: divulgação

O Dia Mundial do Amor celebra-se a 14 de fevereiro, sendo este o dia mais romântico do ano. A data também é conhecida em todo o mundo como o Dia de São Valentim, nos lembrando da importância de celebrar os laços fraternos entre amigos e familiares. E demonstrar afeto é tão importante que ajuda, por exemplo, a manter a saúde mental em qualquer idade. Afinal, contar com o apoio de amigos e familiares significa encontrar um lugar de tranquilidade e segurança.

A importância para a saúde mental

“O amor, em suas diversas formas — seja romântico, familiar, de amizade ou até o amor-próprio — desempenha um papel fundamental na saúde mental. Ele é um dos principais fatores de proteção contra transtornos como ansiedade e depressão, pois fortalece a sensação de pertencimento, segurança e suporte emocional”, explica a psicóloga Anastácia Barbosa.

Do ponto de vista psicológico, o amor estimula a liberação de neurotransmissores como a ocitocina e a serotonina, que promovem bem-estar e reduzem os níveis de estresse. Além disso, relações amorosas saudáveis contribuem para a regulação emocional, ajudando a enfrentar desafios e lidar melhor com frustrações.

Por outro lado, a ausência de vínculos afetivos ou relações tóxicas podem impactar negativamente a autoestima e a saúde mental. Por isso, desenvolver relacionamentos saudáveis, baseados no respeito e na reciprocidade, é essencial para o equilíbrio emocional. Segundo Anastácia, o amor não se limita ao que recebemos dos outros, mas também ao que cultivamos dentro de nós. “O autocuidado e a autocompaixão são formas de amor que sustentam uma mente saudável e promovem uma vida mais leve e significativa”, complementa.

Amor é base da família

Taís Guimarães, pedagoga e diretora pedagógica da Legacy School, destaca que a família, em suas variadas configurações, é a base emocional e educacional de uma criança. “A família não é definida apenas pelos laços de sangue, mas pelo amor, pela convivência e pelo cuidado. É ali que a criança desenvolve seu senso de identidade e aprende os primeiros valores que levará para a vida toda”, explica a pedagoga. Para ela, é fundamental que a escola e a sociedade reconheçam e valorizem os diferentes tipos de família, como monoparentais, homoafetivas, adotivas e muitas outras.

Amor próprio

Para Andreia Schwarz, 48 anos, palestrante e autora do livro “Eu parei de andar e aprendi a voar”, o amor próprio veio como inspiração para seu livro, lançado em 2024, que compartilha sua trajetória de transformação. A autora apresenta uma narrativa inspiradora sobre como enfrentou os desafios após o diagnóstico de sua doença e encontrou força para seguir em frente.

Segundo ela, o amor próprio foi essencial nesse processo e não surgiu da noite para o dia. “O processo de autoaceitação precisa ser vivido e experimentado antes de ser aceito”, reflete a autora. No livro, ela compartilha como utilizou seus recursos internos, os valores familiares e o apoio de seu marido – na época, namorado – para construir um novo caminho. “O amor próprio é um pacto que fazemos com nós mesmos”, afirma. Segundo ela, a verdadeira transformação acontece quando a pessoa se aceita integralmente, sem esperar que algo externo aconteça para ser feliz.

Mariane Pires Marchetti, psicóloga com especialização Capacitação em Transtornos de Ansiedade e Capacitação em Terapia Cognitiva Comportamental, explica que o amor próprio é a base para uma vida mais leve. “O amor próprio envolve reconhecer o próprio valor, respeitar limites e cultivar hábitos que fazem bem. Quando nos tratamos com gentileza e aceitação, tomamos decisões mais saudáveis e nos afastamos de relações e situações que nos fazem mal. Amar a si mesmo não significa egoísmo, mas compreender que cuidar de si é essencial para viver bem e construir relações mais saudáveis com os outros”, esclarece.

Amar em forma de retribuição para o mundo

Segundo Mariane , o amor também pode ser demonstrado em forma de caridade ou ajudando o próximo. “Retribuir o amor por meio de gestos solidários fortalece não apenas quem recebe, mas também quem pratica. Ajudar o próximo cria um senso de conexão e propósito, além de trazer a satisfação de fazer a diferença na vida de alguém”, comenta.

Ainda segundo ela, pequenos atos, como ouvir com atenção, oferecer apoio ou doar tempo, são formas de demonstrar empatia e humanidade. “A generosidade cria um ciclo positivo, mostrando que o amor pode ser multiplicado e que, muitas vezes, o que damos retorna para nós de maneiras inesperadas.”

Para o autor do best seller Café com Deus Pai, Junior Rostirola, o amor foi transformador. Além de escrever o livro de devocionais mais vendido do Brasil, e dedicar uma vida a sua obra, ele também demonstra seu amor em forma de projetos sociais. “Venho de um lar disfuncional, onde perdi três irmãos por causa do meu pai, e desde bebê sofri violência dentro de casa. Durante a infância, além de enfrentar um ambiente familiar extremamente agressivo, sofri bullying na escola, o que gerou marcas profundas e bloqueios emocionais que me acompanharam até a vida adulta. Aos 22 anos, ainda carregava as cicatrizes desse passado, mas foi o encontro com Deus Pai que trouxe cura à minha vida e transformou minha história. E hoje, minhas dores se tornaram combustível para projetos sociais que impactam muitas vida”, comemora.

Amor entre amigos

Para Priscila Santos, empresária do ramo de Reboques, sua amizade com Felipe Rocha foi um divisor de águas em sua vida. “Ele me acolheu assim que eu cheguei no Rio, me protegeu, me orientou. A gente chegou até se afastar um pouco e ele retornou, no pior momento da minha vida. O Felipe ali persistiu e persiste comigo todos os dias, me ajudando a lutar contra a depressão, me ajudando a ter força, me ajudando a ter garra, em tudo que eu preciso. Ele é meu melhor amigo, é meu amigo há oito anos. E é a pessoa, além dos meus filhos, mais especial na minha vida.”

A psicóloga Mariane Pires Marchetti explica que a amizade é essencial para o bem-estar emocional e suporte. “O amor entre amigos é essencial, pois oferece suporte, compreensão e um senso de pertencimento. Relações de amizade verdadeiras nos permitem ser quem realmente somos, compartilhar momentos de alegria e encontrar apoio nos desafios da vida. Ter pessoas com quem contar fortalece nossa autoconfiança e nos lembra de que não estamos sozinhos. O amor entre amigos vai além da convivência; é um vínculo construído na confiança, no respeito e na reciprocidade”, conclui a especialista.