A dor pós-treino, conhecida como dor muscular de início tardio (DMIT), tende a surgir entre 24 e 72 horas após o exercício físico
Entenda as causas, os cuidados e a prevenção da Dor Muscular de Início Tardio (DMIT)
Sentir dores musculares após o exercício é algo comum, especialmente após atividades intensas ou novos estímulos. Segundo estudos, cerca de 60% das pessoas ativas relatam desconforto muscular pós-treino, o que pode gerar dúvidas sobre quando insistir na prática e quando é melhor descansar.
Diferenciar a dor muscular tardia, que é natural, de sinais que indicam uma lesão mais grave é essencial para evitar problemas e garantir uma recuperação adequada. Essa dor, conhecida como dor muscular de início tardio (DMIT), tende a surgir entre 24 e 72 horas após o exercício físico, sendo mais comum após treinos excêntricos — como corridas em descida, agachamentos ou levantamento de peso com controle na descida. Ela resulta de microlesões nas fibras musculares, um processo fisiológico que faz parte da adaptação muscular e do ganho de força.
A diferença entre dor pós-treino e uma lesão
A fisioterapeuta Ana Cristina de Souza, consultora da Relaxmedic, explica que a DMIT é resultado de microdanos controlados que estimulam o reparo e o crescimento muscular. “Essa dor costuma ser generalizada, não incapacitante e desaparece sozinha. No entanto, se o desconforto for muito intenso, localizado em uma articulação específica ou vier acompanhado de inchaço e limitação dos movimentos, pode ser um sinal de lesão, como uma distensão ou inflamação”, alerta a especialista.
Estudos científicos reforçam que a DMIT, embora incômoda, é parte natural do processo de adaptação ao exercício físico. Uma pesquisa publicada na Clinical Journal of Sport Medicine apontou que indivíduos que realizam exercícios após um período de inatividade têm até 80% de chance de apresentar DMIT nos primeiros dias, especialmente se não utilizarem estratégias preventivas adequadas.
A recuperação adequada é fundamental para evitar complicações. Um estudo publicado no Journal of Sports Science & Medicine aponta que cerca de 30% das lesões esportivas poderiam ser evitadas com estratégias corretas de recuperação e manejo da dor.
Para Ana Cristina, o segredo está no equilíbrio entre esforço e descanso. “Se a dor for leve, manter exercícios de baixa intensidade, como caminhadas ou alongamentos, pode ser benéfico, pois melhora a circulação sanguínea e acelera a regeneração muscular. Porém, se a dor for intensa, persistente ou houver sinais de inflamação, como vermelhidão e inchaço, o ideal é fazer uma pausa e buscar orientação profissional”, recomenda.
Como aliviar?
Algumas estratégias ajudam a aliviar a dor muscular sem comprometer a saúde. O aquecimento antes do treino e o alongamento após os exercícios são fundamentais para evitar sobrecargas e melhorar a flexibilidade. Alternar dias de treino intenso com descanso permite que os músculos se recuperem corretamente, reduzindo o risco de lesões.
O uso de acessórios terapêuticos, como almofadas térmicas e massageadores elétricos, também pode contribuir para o alívio das dores e acelerar a recuperação. Além disso, um sono de qualidade é essencial para a regeneração muscular e prevenção de fadiga crônica. Durante o sono profundo, o corpo libera hormônios como o GH (hormônio do crescimento), fundamentais para o reparo tecidual.
Outro ponto de atenção é o uso excessivo de anti-inflamatórios. Segundo a Universidade de Harvard, o consumo frequente pode mascarar lesões e até retardar o processo natural de recuperação muscular.
Por isso, o ideal é buscar métodos naturais para aliviar o desconforto antes de recorrer a medicamentos.
Por fim, vale destacar que, segundo a American College of Sports Medicine, a dor tardia é um sinal de adaptação e não deve ser vista como indicativo de que o treino foi mais eficaz. O excesso de dor pode, na verdade, sinalizar uma sobrecarga inadequada e aumentar o risco de lesões e queda de desempenho.
Manter um equilíbrio entre atividade física e descanso é essencial para evitar dores excessivas e prevenir lesões. Com estratégias adequadas e atenção aos sinais do corpo, é possível continuar treinando de forma segura, garantindo um corpo forte, saudável e livre de desconfortos.
