
Já ouviu a frase: ”o sofá é o novo cigarro”? O que será que ela quer dizer com isso? Continue lendo para entender de uma vez por todas os riscos do sedentarismo para a sua vida.
Em uma sociedade cada vez mais conectada, boa parte das atividades diárias são realizadas em frente a telas. Por isso, o tempo gasto sentado se tornou uma preocupação crescente no campo da saúde pública. A comparação feita é provocativa, mas revela a gravidade da situação: o comportamento sedentário
pode ser o novo cigarro.
”Sofá é o novo cigarro”
A afirmação não é um exagero. Estudos recentes demonstram que, mesmo pessoas que se exercitam com regularidade, podem apresentar riscos elevados à saúde se passarem muitas horas do dia sentadas. Isso ocorre porque o sedentarismo não se resume apenas à ausência de atividade física estruturada, como treinos na academia ou caminhadas diárias. Mas envolve o tempo total que o corpo permanece em repouso com gasto energético mínimo, como quando se está sentado ou deitado por longos períodos.
Precisamos nos mexer
“Esse comportamento está associado ao aumento do risco de diversas doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e obesidade. O que importa: o corpo humano não foi feito para ficar parado.” Quem afirma isso é Marcio Atalla , Embaixador da Relaxmedic, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento, pós graduado em Nutrição pela USP.
A evolução da espécie ocorreu a partir do movimento constante. Nossos ancestrais caminhavam longas distâncias, agachavam, subiam, carregavam objetos e se mantinham fisicamente ativos o tempo todo. Hoje, no entanto, a rotina moderna exige cada vez menos movimento, e isso tem efeitos diretos sobre a saúde.
Pesquisas mostram que após apenas uma ou duas horas sentado, o metabolismo já começa a desacelerar. A circulação sanguínea torna-se menos eficiente, a capacidade do organismo de metabolizar a glicose reduz e enzimas responsáveis pela quebra de gordura diminuem sua atividade. “Além disso, a postura prolongada pode causar dores lombares e cervicais. E a respiração tende a se tornar mais rasa, comprometendo a oxigenação do corpo“, enfatiza Atalla.
Como sair do sedentarismo
Diante desse cenário, estratégias simples, mas eficazes, podem “quebrar” o sedentarismo durante o dia. A principal orientação consiste em interromper períodos prolongados de inatividade com pequenas doses de movimento. “Levantar-se a cada 30 ou 60 minutos, mesmo que apenas por um ou dois minutos, já ajuda a reativar a circulação e melhorar o funcionamento do metabolismo. No ambiente de trabalho, medidas práticas que podem fazer diferença incluem ações como caminhar até o colega em vez de enviar uma mensagem, realizar reuniões em pé ou caminhando, e usar mesas ajustáveis”, aponta o especialista .
Atalla reforça que em casa, é possível adotar hábitos semelhantes: levantar-se entre episódios de séries, fazer alongamentos, aproveitar tarefas domésticas para se movimentar mais e até trocar um tempo de tela . Ele chama atenção para o uso de aplicativos e relógios inteligentes que alertam sobre períodos prolongados de inatividade também pode ser um aliado importante, além de eletroestimuladores para fortalecer a musculatura , reativar a circulação e também aliviar o estresse .
Abandonar o sedentarismo vai além do treino
O exercício físico estruturado continua sendo essencial para a manutenção da saúde e prevenção de doenças. No entanto, a ciência tem mostrado que a forma como nos comportamos fora do momento do treino é igualmente importante. “A ideia central é compreender que o movimento deve estar presente ao longo do dia, e não apenas durante uma hora na academia. Pequenas pausas ativas já conseguem reduzir significativamente os riscos associados ao comportamento sedentário”, indica Marcio Atalla, Embaixador da Relaxmedic.
“Assim como o tabagismo foi, durante décadas, um hábito socialmente aceito antes de ser amplamente reconhecido como nocivo, o sedentarismo silencioso pode estar se tornando um dos maiores inimigos da saúde contemporânea. A diferença é que, neste caso, a solução não envolve parar um vício, mas retomar o que sempre foi natural ao ser humano: o movimento” finaliza Atalla