Um novo relatório da Women’s Sports Foundation (WSF), detalha como o acesso ao esporte para mulheres e meninas afetaram cada geração nos EUA. A WSF pesquisou 2.886 mulheres com idades entre 20 e 80 anos e descobriu que, entre as que praticavam esportes, 69% exercem pelo menos uma função de liderança formal fora da família. A pesquisa também mostrou que 71% das que exercem uma função de liderança formal têm cargos de gerente, diretora, presidente ou executiva ao nível de diretoria (C-level). Rosicleia Campos, ex-treinadora da seleção brasileira de judô feminino e atual head coach no Flamengo, acredita que ter sido ex-atleta a ajudou muito a se tornar uma líder.
A empatia e a compreensão profundas, que Rosicleia desenvolveu como competidora, são ferramentas que podem ser traduzidos para o mundo dos negócios. “Compreender as emoções e desafios de uma equipe é crucial para motivá-la e guiá-la com eficácia, e ter sido atleta me deu essa visão. Foi essencial criar um ambiente onde cada judoca não só entendesse sua função, mas também se sentisse responsável por suas ações e contribuições. Isso promoveu resiliência e motivação e as ajudou a superar adversidades com confiança. Não é apenas sobre treinar técnicas e estratégias; é sobre construir um espírito de equipe onde todos se sintam parte de algo maior”, comenta a ex-atleta.
Novos dados sobre as mulheres e o trabalho
Uma pesquisa da Deloitte de 2023 constatou que 69% das mulheres que ganham mais de US$ 100 mil por ano e ocupam cargos de liderança praticavam esportes competitivos. Além disso, 85% dos que praticam esportes afirmam que as habilidades que desenvolveram na prática esportiva foram importantes para o sucesso na carreira.“ O Judô e, assim como outros esportes, ajuda no trabalho em equipe, no fortalecimento emocional, no autoconhecimento e principalmente, na sensação de enfrentar derrotas. A gente só consegue conquistar vitórias através das perdas na competição. Agora com as redes sociais, onde só se posta conquistas e felicidade, ter esse senso que o esporte dá de não estar vencendo sempre. É essencial para uma posição de liderança, onde vão surgir mais dúvidas e erros, do que certezas e acertos.” afirma Rosicleia.
Segundo a treinadora, quando ela assumiu a responsabilidade pela equipe da seleção brasileira, seu foco principal foi estabelecer uma identidade clara para o grupo e garantir que cada membro sentisse que tinha um papel vital no sucesso coletivo. “No mundo corporativo, construir uma equipe com um forte senso de identidade significa que os colaboradores entendem e abraçam a visão e os valores da organização. A head coach do Flamengo ressalta que isso incentiva a autonomia e empodera as pessoas para tomar decisões e inovar.
Tudo é equipe e liderança
Na liderança de um empreendimento, essa capacidade de se conectar com os membros da equipe e entender suas necessidades pode levar a uma comunicação mais eficaz e a um aumento na moral e na produtividade. Adaptar estratégias, demonstrar empatia e inspirar são habilidades que transcendem as fronteiras do esporte. Elas são aplicáveis com sucesso para alcançar resultados excepcionais em qualquer ambiente de trabalho. Líderes que compartilham suas histórias de superação e sucesso podem motivar suas equipes a alcançar seus próprios objetivos e a enfrentar desafios com determinação.