Você já se sentiu sobrecarregada pela necessidade de ser perfeita em todas as áreas da vida? Aqui está um guia para superar o perfeccionismo
Aqui está um guia simples para superar de vez esse problema
Você já se sentiu sobrecarregada pela necessidade de ser perfeita em todas as áreas da sua vida? Se a resposta for sim, saiba que não está sozinha. Muitas mulheres compartilham desse sentimento de autocobrança por padrões elevados, mas é importante reconhecer que o perfeccionismo pode ser exaustivo e prejudicial para nossa saúde mental e bem-estar.
A internet potencializa o problema
Segundo pesquisadores em psicologia e saúde mental, há um crescimento preocupante no perfeccionismo entre jovens adultos, principalmente nos dias atuais, onde o uso das redes sociais desempenha um papel significativo nesse fenômeno. “O constante bombardeio de imagens idealizadas e padrões inatingíveis nas plataformas de mídia social pode contribuir para uma cultura de comparação constante e autoexigência, levando ao aumento do perfeccionismo e seus impactos negativos na saúde mental dos jovens adultos”, destaca a psicóloga especialista em neurociência do comportamento humano, Sabrina Amaral.
Mas o que é o perfeccionismo?
Identificado como um combinado entre pensamento e comportamento, que exigem um demasiado esforço para alcançar padrões inatingíveis de excelência em todas as áreas da vida, a profissional destaca que o perfeccionismo se manifesta de três formas:
- Auto orientado: impor a si mesmo um desejo irreal de ser perfeito;
- Orientado para o outro: significa impor padrões irrealistas de perfeição aos outros;
- Socialmente prescrito: envolve perceber expectativas irrealistas de perfeição por parte dos outros.
“É como se estivéssemos sempre em busca da perfeição absoluta, seja no trabalho, relacionamentos, aparência física ou em qualquer outra área”, completa a especialista.
Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, as possíveis causas psicológicas por trás do perfeccionismo incluem ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), insegurança e baixa autoestima. “Fatores ambientais, como pressão social, uma educação rígida e eventos traumáticos, também contribuem”, elenca.
A especialista indica ainda que o preço disso pode sair caro. “A busca incessante pela perfeição pode resultar em autoestima fragilizada, procrastinação, insatisfação constante e dificuldade em lidar com críticas, impactando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional da pessoa.”
Como identificar o problema?
Parece simples, mas não é. Isso porque, muitas vezes esse perfeccionismo se disfarça como uma qualidade positiva ou um traço de personalidade. Pensando nisso, Sabrina Amaral elencou alguns sinais de que você pode estar lutando contra esse padrão. Confira:
- Excesso de autocrítica: Você é muito dura consigo mesma quando comete um erro, mesmo que seja algo trivial?
- Medo de Falhar: Você evita tentar coisas novas por medo de falhar ou de não ser boa o suficiente
- Procrastinação: Você adia tarefas ou projetos porque teme não conseguir realizá-los com perfeição
- Comparação Constante: Você se compara constantemente aos outros e se sente inadequada quando percebe que não está à altura?
Como posso melhorar o perfeccionismo?
Se você se identificou com algum desses sinais, é provável que o perfeccionismo esteja afetando sua vida de alguma forma. Então, a psicóloga indica cinco estratégias que podem te ajudar a superá-lo e reduzir a autocobrança.
1.Autoconhecimento
Gerenciar seu perfeccionismo também exige que você identifique os gatilhos que desencadeiam pensamentos de autocrítica e autocobrança. Evite confiar no seu primeiro julgamento sobre as coisas e sobre si, verifique as evidências do que de fato está acontecendo. “Cuidado com o filtro negativo na hora de avaliar a realidade, assim você pode calibrar melhor seus padrões com parâmetros mais realistas e possíveis”, comenta.
2.Substitua a autocrítica por autocompaixão
Ao invés de se criticar severamente por cada erro ou imperfeição, trate-se com gentileza e compreensão. Lembre-se de que todos cometemos erros e que ficar se criticando vai aumentar sua insegurança e matar sua criatividade para buscar novas soluções.
3.Defina metas realistas
Ao invés de buscar a perfeição absoluta em tudo que faz, estabeleça metas realistas e alcançáveis. Reparta grandes projetos em tarefas menores e celebre cada progresso, por menor que seja. “Lembre-se de sempre celebrar suas conquistas, por menor que elas possam parecer”, orienta Sabrina.
4.Aprenda com os erros
Evite temer o fracasso, olhe para os erros como oportunidades de aprendizado e crescimento. Reflita sobre o que você pode aprender com cada experiência e use esses insights para melhorar no futuro.
5.Busque apoio: Não tenha medo de pedir ajuda quando necessário. Procure o apoio de amigos, familiares ou um profissional de saúde mental, como um psicólogo, que possa ajudá-lo a desenvolver estratégias para lidar com o perfeccionismo.
Lembre-se:
Superar o perfeccionismo é um processo gradual e que demanda prática e paciência consigo mesma. Esteja aberta a aprender e crescer ao longo desse processo mantendo em mente que você é mais do que suficiente exatamente como é.
Perfeccionismo x excelência
Vale destacar que há uma diferença entre buscar a excelência e exigir a perfeição. Perfeccionistas adaptativos ou positivos estabelecem metas elevadas, têm padrões muito altos e trabalham incansavelmente para obter sucesso, enquanto os perfeccionistas desadaptados são orientados para o fracasso. “Os perfeccionistas adaptativos desejam crescer, gostam de ser desafiados e
resolvem bem os problemas. Suas tendências perfeccionistas são uma força, não uma fraqueza”, detalha a psicóloga.
Mudar é positivo!
Para Larissa Fonseca, aceitar a imperfeição pode reduzir o estresse, beneficiar o crescimento pessoal e o equilíbrio da saúde mental. Também nos ajuda a desenvolver resiliência, autoestima, criatividade, e fortalece as relações interpessoais ao reconhecer que cada um é melhor em alguns quesitos e pode nos ensinar, sem a sensação de incapacidade ou de competitividade. “Esse processo também contribui para que tenhamos uma maior compreensão e tolerância em relação às pessoas ao nosso redor, reconhecendo que cada indivíduo está dando o seu melhor considerando as circunstâncias do momento”, finaliza.
