Como combater a síndrome da impostora? A psicóloga Thirza Reis explica que as mulheres aprenderam a se ver dessa forma, como se sempre fossem insuficientes

Mais real do que você imagina, ela pode sabotar a sua autoconfiança!

Segundo a psicóloga Thirza Reis, a síndrome da impostora é uma “dissonância cognitiva” que pode sabotar a autoconfiança. “É como se vozes invisíveis enchessem a sua cabeça, fazendo você acreditar que não é capaz, que o que faz nunca é bom o suficiente”, explica. Essa sensação de não merecimento e insegurança não é algo que acontece por acaso, mas sim, uma construção mental que pode minar a parte de você que acredita no seu potencial.

Mas, por que a síndrome de impostora acontece?

Thirza alerta que muitas vezes somos ensinadas a acreditar que a culpa é nossa. “É comum pensarmos que é algo individual, que temos um problema interno. No entanto, a síndrome da impostora é um fenômeno sistêmico”, afirma a psicóloga. Para ela, o modo como a sociedade, especialmente a cultura machista, nos ensina a enxergar nosso papel no mundo contribui para essa sensação de inadequação. “Nós, mulheres, aprendemos a nos ver dessa forma, como se sempre fôssemos insuficientes”, explica.

Então, como podemos combater a síndrome da impostora?

Thirza compartilha algumas dicas:

1.⁠ ⁠Reconheça a voz da impostora

“Ela está lá, fazendo você duvidar de si mesma. Mas é importante perceber que essa voz não representa a sua verdade. Reconheça que você está lidando com um padrão de pensamento distorcido e busque não internalizá-lo”, sugere Thirza.

2.⁠ ⁠Celebre suas conquistas

A voz da síndrome da impostora minimiza suas vitórias. “Tire um tempo para reconhecer suas conquistas, por menores que sejam. Cada conquista importa e você precisa ter olhos para ver e reconhecer. Isso é fundamental para reforçar a sua confiança”, orienta a psicóloga.

3.⁠ ⁠Compartilhe suas vulnerabilidades com que você confia

“Falar sobre suas inseguranças e dúvidas com alguém de confiança pode ajudar a desmistificar a sensação de que você está sozinha nessa e ajuda a redimensionar a voz crítica e alinhá-la com a realidade. Muitas outras mulheres sentem o mesmo, e isso não é um sinal de fraqueza, mas de humanidade”, diz Thirza.

4.⁠ ⁠Encare os desafios

”Você não precisa ter todas as respostas agora. Enfrentar as situações e aprender com elas é uma forma de crescer e, ao mesmo tempo, driblar a síndrome da impostora”, afirma a psicóloga.

Thirza também destaca a importância de desconstruir essa sensação de inadequação de maneira coletiva. “Precisamos entender que, como mulheres, somos constantemente pressionadas a sermos perfeitas e impecáveis. Essa é uma das causas dessa síndrome, e é também a razão mantenedora dela, que segue endereçando às mulheres o problema. Por isso que devemos combatê-la de forma sistêmica.”