Vício em jogos é coisa séria! Foto: Pixabay

“Só mais um jogo.” Pode ser de videogame, celular ou até mesmo de azar – onde apostamos dinheiro -, a verdade é que esse assunto demora para ser percebido como um problema pelas pessoas ao redor, principalmente por ser um tabu da sociedade.

O vício em jogos, como o próprio nome já diz, é a dependência total dessa atividade, representado principalmente pela enorme dificuldade em estabelecer limites para jogar.

Principais tipos de vícios em jogos

  • Jogos de azar: eles podem aparecer de diversos modos, sendo alguns até mesmo ilegais. Porém, a tentativa de enriquecer “através da sorte”, é o que influencia a pessoa continuar jogando, quando ela pode já estar endividada.
  • Jogos eletrônicos: mais popular entre os adolescentes, esses games demandam tempo e podem ser muito intensos – com campeonatos, inclusive.

O vício em jogos é extremamente prejudicial

Dr. Flávio Henrique, formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria, explica que, mentalmente, o vício pode estar associado à ansiedade, depressão, desorganização da rotina e aos distúrbios de sono. “Já fisicamente, o vício leva ao sedentarismo, causa problemas de visão e dores musculares. A falta de controle sobre o tempo gasto nos jogos também costuma gerar negligência das necessidades básicas, como alimentação e higiene”, completa.

Identificar não é fácil

O especialista pontua que nem sempre é fácil notar esse vício, principalmente para os pais ou responsáveis das crianças que sofrem com ele. “Muitas vezes, só é notado quando já está bem grave, mas pode ser percebido a ver mudanças no comportamento, como irritabilidade quando os impedidos de jogar, negligência de responsabilidades escolares ou domésticas, isolamento social, alteração de peso e em hábitos alimentares, e piora no desempenho acadêmico.”

Dependência

O vício em jogos pode levar ao desenvolvimento de dependência e transtornos mentais, como o “transtorno de jogo”, citado pelo especialista. “Isso gera a perda de controle sobre o hábito de jogar e traz consequências negativas na vida diária, como problemas financeiros e sociais. Mas também pode funcionar como gatilho para depressão, transtornos da ansiedade, entre outros”, complementa. (box)

Existe tratamento para o vício!

O tratamento para vício em jogos varia de acordo com as características de cada caso, mas em geral costuma envolver terapia cognitivo-comportamental, terapia familiar e grupos de apoio. “Ele também pode incluir intervenções e medicamentos para tratar comorbidades associadas, como ansiedade ou depressão”, conta o psiquiatra.

“Qualquer jogo para crianças deve ser moderado pelos pais, evitando ser jogado por muito tempo ou em substituição das tarefas escolares, por exemplo. Além disso, é importante sempre conferir a classificação indicativa do jogo e optar por jogos que estimulem a cognição, raciocínio, habilidades escolares e desenvolvimento da linguagem”, destaca.