
Segundo especialista, aumento da pressão arterial durante o exercício pode causar a ruptura do aneurisma
A prática de exercícios físicos pode representar um risco significativo para pacientes com aneurisma cerebral não tratado ou sem avaliação médica adequada. Nessas situações, qualquer esforço que eleve a pressão arterial pode aumentar as chances de rompimento do aneurisma, uma condição grave e potencialmente fatal.
Quem tem aneurisma precisa de acompanhamento
Segundo o neurocirurgião Victor Hugo Espindola Ala, é essencial que o paciente passe por uma avaliação criteriosa antes de iniciar qualquer tipo de atividade física. “O aumento súbito da pressão arterial durante o exercício, principalmente em atividades de alta intensidade, pode elevar significativamente o risco de ruptura de um aneurisma. Isso pode levar a uma emergência médica grave, com alto risco de mortalidade e sequelas”, afirma.
Segundo ele, mesmo os exercícios de intensidade leve a moderada devem ser evitados em casos de aneurisma não tratado. “Estudos mostram uma associação entre esforço físico e picos hipertensivos com a ruptura de aneurismas intracranianos. Por isso, a recomendação é interromper as atividades até que o paciente seja avaliado e, se necessário, tratado adequadamente.”
Os maiores riscos
Entre os exercícios mais arriscados, o médico cita a musculação com cargas elevadas, que aumenta a pressão intra-abdominal e arterial, além de movimentos como agachamentos, supino e levantamento terra. Atividades que envolvem prender a respiração, também não são ideais. “Esses tipos de esforço são muito comuns em treinos de força e podem causar um aumento brusco da pressão arterial”, explica.
Apesar das restrições, o retorno ao exercício físico é possível após o tratamento, que pode ser cirúrgico ou endovascular, desde que haja acompanhamento adequado. “Com o aneurisma tratado e a saúde estabilizada, o paciente geralmente pode voltar a se exercitar. O importante é que isso aconteça com orientação médica e acompanhamento de um profissional de educação física, respeitando os limites individuais e eventuais comorbidades”, orienta Victor Hugo.
O médico reforça que saúde e movimento caminham juntos, mas com segurança. “Cada caso é único. A volta à atividade física precisa do acompanhamento do especialista. O mais importante é não negligenciar o diagnóstico e buscar acompanhamento o quanto antes.”