Escoliose em jovens: o que acontece com a coluna? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose afeta cerca de 4% da população mundial, sendo mais de 6 milhões no Brasil

Entenda como a escoliose em jovens se desenvolve na adolescência, quais são os sinais de alerta e os tratamentos mais eficazes para garantir qualidade de vida

Durante a adolescência, o corpo passa por intensas transformações e a coluna vertebral não é exceção. É justamente nesse período de crescimento acelerado que muitos jovens podem desenvolver a escoliose, um desvio lateral da coluna que, se não diagnosticado e tratado precocemente, pode causar dores, assimetrias corporais e até comprometer a função de órgãos internos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose afeta cerca de 4% da população mundial. No Brasil, mais de 6 milhões de pessoas convivem com a condição, sendo a forma idiopática do adolescente a mais comum. Ela surge sem causa definida, geralmente entre os 10 e 18 anos, e atinge principalmente meninas – cerca de 90% dos casos nessa faixa etária, de acordo com especialistas.

O Dr. Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein, explica que “a adolescência é o período mais sensível para o desenvolvimento da escoliose, pois a coluna ainda está em formação. Em casos mais severos, a cirurgia pode ser a solução mais indicada”.

Entre os principais sinais de alerta da escoliose estão:

  • Ombros ou quadris desalinhados;
  • Costas com um lado mais alto que o outro;
  • Tronco inclinado para um dos lados;
  • Dores nas costas frequentes, especialmente após longos períodos sentado.

O diagnóstico costuma começar com um exame físico e pode ser confirmado com radiografias. O tratamento varia conforme o grau de curvatura, podendo incluir fisioterapia especializada, uso de coletes ortopédicos e, em casos mais severos, intervenção cirúrgica.

Além da genética, hábitos modernos também contribuem para o aumento dos casos: o sedentarismo e o uso excessivo de telas. Além disso, a má postura durante os estudos ou no celular podem agravar a condição. Por isso, o alerta é para que pais, professores e profissionais da saúde fiquem atentos à postura dos adolescentes.

“A melhor fase para intervir é justamente na adolescência. Com acompanhamento adequado, é possível impedir a progressão da escoliose e garantir que o jovem cresça com qualidade de vida”, afirma o Dr. Miller.

Cirurgia para escoliose em jovens

Após uma avaliação médica completa, os especialistas podem considerar a cirurgia a melhor opção de tratamento em alguns casos. O procedimento padrão é a correção da curvatura com artrodese (fusão óssea), que tem como objetivo manter a estabilidade e rigidez da coluna após a intervenção.

Para isso, o Dr. Luciano Miller explica que utiliza-se uma combinação de implantes metálicos, como parafusos e hastes, junto com enxertos ósseos. Esses implantes alinhame estabilizam as vértebras por meio da fixação dos parafusos conectados por hastes longitudinais, formando um bloco único. Esse sistema corrige a deformidade e evita que uma nova curvatura se desenvolva no segmento tratado.

Uma das vantagens desse tipo de cirurgia é que não há necessidade de imobilização no pós-operatório, o que contribui para uma recuperação mais confortável e eficiente.