Antes de incluir o enxaguante bucal na rotina de higiene dos pequenos, é fundamental compreender quando ele é realmente indicado — e seguro
Especialista alerta sobre os riscos e cuidados
O enxaguante bucal, frequentemente associado à sensação de frescor e limpeza, pode parecer inofensivo. No entanto, seu uso por crianças exige atenção redobrada e orientação profissional. Antes de incluir o produto na rotina de higiene bucal dos pequenos, é fundamental compreender quando ele é realmente indicado — e seguro.
A odontopediatra Ilana Marques, da clínica IGM Odontologia para Família, esclarece que o enxaguante só deve ser utilizado por crianças que já possuem controle motor para bochechar e cuspir todo o líquido, mesmo sob supervisão.
“Antes disso, o uso não é apenas desnecessário — pode ser perigoso. O risco de ingestão acidental é alto, especialmente quando o produto contém flúor ou álcool”, alerta a especialista.
Escolha bem o enxaguante bucal
Ilana também reforça que enxaguantes com álcool não são recomendados para menores de 12 anos. “A ingestão acidental, mesmo em pequenas quantidades, pode causar efeitos colaterais como náuseas, dores estomacais, diarreia e até irritações no trato digestivo.”
“Mesmo em crianças mais velhas, o uso do enxaguante deve ser prescrito ou indicado por um dentista, com base em uma necessidade clínica específica”, orienta a odontopediatra.
Outro ponto de atenção: o enxaguante bucal não substitui a escovação nem o uso do fio dental. “Ele pode ser um aliado complementar em casos pontuais, como no uso de aparelhos ortodônticos, presença de gengivite ou conforme orientação profissional.”
5 dicas da especialista para a saúde bucal infantil
1 – Cuidados desde o nascimento:
“A higiene começa antes mesmo do primeiro dentinho. Use uma gaze ou pano limpo e úmido para remover resíduos da boca do bebê e prevenir o acúmulo de bactérias.”
2 – Produtos infantis e adequados à idade:
“Com a erupção dos primeiros dentes, opte por escovas específicas para crianças, com cerdas macias, e creme dental fluoretado em quantidade mínima, do tamanho de um grão de arroz.”
3 – Supervisão na escovação:
“Até por volta dos 7 anos, as crianças ainda não têm coordenação motora plena para escovar os dentes sozinhas com eficácia. O acompanhamento dos pais é fundamental.”
4 – Alimentação equilibrada:
“Reduza a oferta de doces e bebidas açucaradas, que aumentam o risco de lesões de cárie. Prefira lanches saudáveis e mantenha bons hábitos alimentares.”
5 – Consultas preventivas ao dentista:
“O ideal é levar a criança ao dentista antes de completar um ano. A prevenção e o acompanhamento profissional desde cedo fazem toda a diferença na saúde bucal.”
