Muitas mães não conseguem amamentar e precisam recorrer a fórmula para os pequenos

O aleitamento materno é essencial, mas quando não é possível, faz-se necessário a fórmula, especialmente durante o primeiro ano da criança. De acordo com Jocemara Gurmini, gastroenterologista pediátrica e responsável pelo Serviço de Suporte Nutricional do Hospital Pequeno Príncipe, como o leite de vaca integral não é recomendado para menores de 1 ano, as mães utilizam à fórmula infantil.

Essas fórmulas, então, devem seguir as exigências da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo elas:

  • Fórmula Infantil para Lactentes
    É o produto em forma líquida ou em pó, utilizado sob prescrição, especialmente fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros 6 meses de vida. RDC no 43/2011 (ANVISA).
  • Fórmula Infantil de Seguimento para Lactentes
    É o produto, em forma líquida ou em pó, indicado para lactentes sadios a partir do sexto mês de vida, até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29 dias), constituindo-se como o principal elemento líquido de uma dieta progressivamente diversificada. RDC no 44/2011 (ANVISA).

Fórmulas são seguras!

Jocemara explica que as fórmulas infantis precisam seguir a recomendação estabelecida pelo Codex Ali-
mentarius (conjunto de padrões alimentares adotado internacionalmente), e que a obtenção do registro no país depende da ANVISA. “Em comparação ao leite de vaca integral, a fórmula mantém o crescimento do bebê, evitando a deficiência de micro-nutrientes”, aponta.

Leite materno e fórmula: quais as semelhanças e diferenças?

Do ponto de vista nutricional, a composição da fórmula visa manter o crescimento e desenvolvimento da criança. Embora elas sejam feitas, normalmente, a partir do leite de vaca, são realizadas mudanças na composição, com base em estudos com o leite materno. “As pesquisas envolvendo leite materno sempre trazem novidades e a indústria procura atualizar as fórmulas. Porém, a principal diferença diz respeito a variação na composição do LM (leite materno), de acordo com o estágio da lactação (leite anterior e posterior), rotina de amamentação, condição nutricional materna, dieta da mãe e idade do bebê.

Também vale salientar o papel protetor do LM, com a sua grande variedade de compostos que auxiliam na imunidade”, exemplifica a profissional.

Existem casos em que as mães devem evitar a amamentação?

Sim! Jocemara explica que, em alguns casos, as mães não podem amamentar, para não comprometer o bebê, e por isso, o uso da fórmula infantil acaba sendo a melhor opção. As contraindicações absolutas são:

  • Lactente com diagnóstico de galactosemia (doença genética rara, onde a mãe não consegue
    metabolizar galactose);
  • Mãe infectada pelo HIV;
  • Mãe infectada pelo HTLV I e I (human T-cell lymphotropic virus type I or type II);
  • Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação como antineoplásicos e radiofármacos.

Benefícios do leite materno

Por mais que a indústria se esforce, a composição e o fator protetor do leite materno não conseguem ser superados. A gastroenterologista pediátrica listou os benefícios do LM.
Para a mãe:

  • Menor perda de sangue no pós-parto, com redução da anemia materna;
  • Retorno mais fácil ao peso pré-gestacional;
  • Efeito anticoncepcional;
  • Custo zero;
  • Vínculo entre mãe e filho;
  • Redução do risco de incidência do câncer mamário e de ovários;
  • Redução do risco de aparecimento de hipercolesterolemia e hipertensão.
  • Para o bebê:
  • Fornecimento de componentes imunológicos e enzimáticos;
  • Ótima composição de nutrientes;
  • Desenvolvimento facial-muscular;
  • Barato, conveniente e de fácil digestão;
  • Previne a desnutrição e as carências de
    micronutrientes;
  • Previne a alergia alimentar;
  • Proteção contra doenças agudas, como a diarreia.