Manter a carteirinha atualizada, seguindo as recomendações médicas, é necessário para que o bebê cresça saudável!
Com a pandemia, alguns debates começaram a contestar a importância e a eficácia da vacinação infantil, não só da Covid-19, mas para todas doenças. Para o pediatra e neurologista infantil Clay Brites, a necessidade de vacinar é baseada em evidências científicas e pesquisas de longos prazos, demonstrando que aquilo realmente funciona. “As vacinas foram essenciais dos anos 50 e anos 60 para cá, para proporcionar maior sobrevida e segurança, não só da criança e do adulto, mas também do idoso, para poder ter mais qualidade e expectativa de vida em um ambiente onde estamos expostos a patógenos e infecções de forma recorrente, especialmente nos últimos tempos, em que a gente tem visto cada vez mais epidemias e pandemias se repetirem”, argumenta.
Além disso, ao nascer, o bebê tem poucas defesas para combater infecções, assim a vacinação infantil ajuda a estimular o sistema de proteção do organismo. Com isso, o risco de a criança ficar doente diminui, já que possui menos chances de adquirir doenças severas que afetariam seu neurodesenvolvimento.
Várias doses, possíveis reações
Muitas vacinas são compostas de várias doses, com um intervalo de tempo específico. O neurologista infantil explica que o período determinado é porque cada imunização entra em contato com o nosso organismo. Nesse sentido, ele precisa de tempo para criar anticorpos e estruturas imunológicas adequadas para realmente se proteger. Por isso, é importante também respeitar os intervalos das doses, para que o reforço proporcione a memória imunológica necessária e para que o nosso corpo adquira uma defesa consistente.
Agora, na aplicação de qualquer vacina, é muito comum a reação, mas 90% a 95% são benignas e não levam a maiores consequências. “Existem riscos de complicações mais sérias e é importante conhecê-las, saber os efeitos colaterais mais comuns, quais perfis de crianças e adultos estão mais dispostos a isso e fazer a devida proteção”, afirma o médico. Para aqueles que têm reações mais graves, existem outras vacinas e mecanismos de administração que proporcionam maior segurança.
“A vacinação infantil é extremamente importante no contexto de saúde pública e coletiva. Vacinar-se não é só para se proteger, bem como toda a comunidade que está em volta de você. A gente tem que se vacinar para reduzir de forma significativa e impactante a possibilidade de pandemias virem a trazer aumento de mortalidade, sequelas (devido a infecção) e de redução de expectativa de vida.”
Vacinação infantil contra Covid-19
“Nós vimos nos últimos tempos, o aumento da mortalidade infantil causada pelo coronavírus, o vírus sozinho aumentou o número de óbitos de forma significativa, quando comparado a outras doenças da infância nos últimos dois a três anos”, contextualiza o neurologista.
O médico reforça a importância da vacinação infantil, afinal as crianças são a faixa etária mais disposta a desenvolver as chamadas síndromes respiratórias inflamatórias. “O bebê e a criança menor, independentemente da Covid, já tem uma tendência maior a ter essa alta reatividade inflamatória, com a presença desse vírus em ambiente pulmonar infantil, esse risco é bem maior”, destaca.
Quais o calendário da vacinação infantil no primeiro ano de vida?
Abaixo, Brites descreve quais vacinas são recomendadas no primeiro ano de vida e as possíveis reações.
Vacina | Aplicação | Efeitos colaterais |
BCG | Dose única nas primeiras 12 horas após o nascimento. | Uma ferida na região da aplicação, que pode demorar para cicatrizar e ter a presença de linfadenopatia regional (gânglios). A BCG quase sempre deixa uma cicatriz característica no local em que foi aplicada. |
Hepatite B | São três doses, uma ao nascer, com reforço aos 2 meses e depois aos 6 meses de vida. | Suas reações mais comuns são dor, rigidez local, febre nas primeiras 24 horas, fadiga, irritabilidade e desconforto gastrointestinal leve. |
Tríplice Bacteriana | Com 2, 4 e 6 meses. | Pode ocorrer febre baixa a moderada, irritabilidade, vermelhidão, dor e inchaço no local da aplicação. |
Pentavalente | Aos 2, 4 e 6 meses. Fazem parte desta vacina a imunização contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b. | Sua aplicação pode levar aos mesmos efeitos colaterais da tríplice bacteriana, febre de até 39 graus e desconforto no local da aplicação. |
Rotavírus | Aos 2, 4 e 6 meses. | Pode levar a febre, fraqueza, irritabilidade, perda de apetite e vômitos. |
Poliomelite | Aos 2, 4 e 6 meses. Nesse caso, pode ser o vírus atenuado, de forma oral, e a VIP, de vírus inativo, quando é injetado. | Na injetável, pode ocorrer vermelhidão, endurecimento, dor local e, raramente, febre moderada. Já a vacina oral, em geral, é bem tolerada, mas há chances do bebê ter reações alérgicas, como urticária e erupções na pele com coceira. |
Pneumocócica | Com 2, 4, 6 e 12 meses. | Tende a causar dor, edema, vermelhidão, nódulo no local da injeção e irritabilidade. |
Anti-Meningocócicas | Aos 3, 5, 7 e 12 meses. | Na Meningocócica Conjugada: edema, endurecimento da região, dor e vermelhidão, perda de apetite, irritabilidade, sonolência, febre e dor muscular. Na Meningocócica B: sensibilidade e eritema no local, febre e irritabilidade. |
Gripe Tetravalente | Duas doses após os 6 meses de vida, com um intervalo de 30 dias entre cada aplicação. | Irritabilidade no local de aplicação, ocorrência de febre baixa. |
Febre Amarelo | Entre os nove meses e os dois anos de idade. | Dores de cabeça, dores musculares e febre. Em casos raros, pode haver hipersensibilidade e doença pelo vírus da vacina. |