Angela Ro Ro segue internada e faz hemodiálise Devido a complicações decorrentes de uma infecção pulmonar grave, a cantora Angela Ro Ro segue internada no Rio de Janeiro

Entenda os impactos da infecção dos pulmões no funcionamento dos rins

Aos 75 anos, a cantora Angela Ro Ro segue internada no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro, enfrentando complicações decorrentes de uma infecção pulmonar grave. A artista está em tratamento intensivo e passou por uma traqueostomia e, agora, realiza sessões de hemodiálise. O procedimento é necessário, explicam os médicos, para ajudar a controlar os efeitos colaterais da infecção no organismo e, especialmente, no funcionamento dos rins.

Apesar de os rins não terem sido o ponto de origem da crise, eles acabaram sendo atingidos pelo processo inflamatório. Segundo o nefrologista Dr. Bruno Piubelli, da Fenix Nefrologia, o quadro de Angela é compatível com uma lesão renal aguda, comumente desencadeada por uma sepse, um tipo grave de infecção que pode afetar vários órgãos simultaneamente. “Essa condição pode ter sido agravada pelo uso de medicamentos que, embora necessários para combater a infecção, têm potencial nefrotóxico”, explica o especialista.

Em outras palavras: os rins, que atuam como filtros do corpo humano, podem perder temporariamente a capacidade de filtrar toxinas e manter o equilíbrio de líquidos e eletrólitos quando sobrecarregados por uma infecção grave. A hemodiálise entra em cena como uma aliada temporária, uma filtragem externa que substitui, enquanto possível, o trabalho interno.

Mas há chances de reversão em casos como de Angela Ro Ro?

O Dr. Bruno Piubelli aponta que sim: “Existe possibilidade de recuperação da função renal nesses casos. Tudo depende da resposta do organismo da paciente aos antibióticos e de como os rins dela estavam antes do quadro infeccioso.” Se Angela já apresentava alguma doença renal crônica anterior, asituação pode ser mais delicada e a dependência da hemodiálise pode se prolongar. Mas, se seus rins estavam saudáveis antes da infecção, há boas chances de reversão. Porque, como canta Ro Ro, “eu sei que o tempo vai passar, e as coisas vão ficar, porque acredito em mim…”

O cenário vivido por Angela acende um alerta para grupos mais vulneráveis: os idosos e pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. “Se esses pacientes já têm algum comprometimento da função renal, a chance de uma lesão como essa evoluir para algo mais grave é maior”, pontua o nefrologista.

Sinais de alerta

Os sinais de alerta nem sempre são escandalosos, mas merecem atenção. O Dr. Bruno Piubelli destaca a dor lombar intensa, inchaço no rosto ao acordar, inchaço nas pernas, presença de sangue ou espuma na urina e mudanças no volume urinário. “O rim não se regenera, apenas se adapta. Por isso, é importante ter atenção e cuidados permanentes”, reforça o nefrologista.

Enquanto Angela luta bravamente por sua recuperação, fica o lembrete de prestar atenção ao corpo. Porque, como bem ensinou Angela Ro Ro com sua arte intensa, a vida merece ser vivida com verdade, e, definitivamente, com saúde.