Pode ser instinto ou apenas vontade de saber o que é, mas é preciso tomar cuidado
Está um calorão no Brasil e, com isso, muitos animais acabam entrando nas residências para procurar uma sombra, água e até mesmo alimentos. Só que esses ditos animais não são (apenas) cachorrinhos ou gatinhos de rua, mas também cobras, aranhas, baratas, escorpiões e afins. Vale pontuar, claro, que os seres humanos destroem a casa desses pobrezinhos (as florestas) e eles só querem viver em paz.
O problema é que além da preocupação com nossa própria saúde, precisamos pensar nos nossos pets de estimação. Muitas vezes, eles se vêem vencidos por seus instintos ou curiosidade e acabam mordendo esses animais. Mas, o que fazer se isso acontecer?
Curiosidade perigosa
Bárbara Barbi de Freitas, professora e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniSociesc, explica que essa atitude pode, sim, ser um risco. Dependendo do animal, eles podem picar para se defenderem, como é o caso do escorpião, da cobra e da aranha, que são peçonhentos. “Então, consequentemente, o pet terá reações àquilo, podendo, inclusive, vir a óbito, até mesmo nos casos de ingestão.”
Além disso, a especialista aponta que, muitas vezes, dependendo da região, podem ter outros animais que representam igualmente níveis de preocupação aos pais de pet. “Com o sapo, muitas vezes o cachorro tenta mordê-los, mas algumas espécies produzem toxinas que podem fazer muito mal e causar intoxicação, por exemplo. Então, sim, é muito perigoso.”
A curiosidade dos pets e o contato com doenças
O contato com pets de estimação e animais como citamos pode levar a acidentes. “No caso de cobras, escorpiões e aranhas, os bichinhos podem ter sinais clínicos neurológicos e hemorrágicos, devido ao veneno, além de poder levar a óbito. Também tem a transmissão de doenças, por exemplo, no caso dos gatos, que tendem a ingerir a lagartixa, mas ela tem um tipo de verme que pode acometer o felino, e pode desencadear algumas doenças”, completa.
E o que fazer?
O ideal, de acordo com Bárbara, é dispersar o seu pet do bicho que está sendo atacado, para eles soltarem e saírem de perto, porém tudo deve ser feito com muito cuidado. “Principalmente quando se trata de serpentes, para que o ser humano não acabe se machucando também. Pode fazer uso de algum objeto para afastar o animal, mas o mais rápido possível”, recomenda.
Depois, a professora indica pegar o pet no colo e procurar algum lugar no corpo dele que possa estar doendo, sangrando, ferido ou com alguma mordedura. “Assim é possível ver se teve alguma lesão, mas também observar se o bichinho está com algum sinal clínico de salivação, algum ponto de hemorragia, se tem coordenação e consegue andar, para termos certeza de que ele não está intoxicado também. Caso note algum desses itens, corra para o veterinário, para que o tratamento indicado possa ser iniciado, e se possível veja qual foi o animal que feriu o pet, para facilitar.”
Não tem como “prevenir”
Infelizmente, isso está fora do nosso controle, até porque os pets de estimação são curiosos e acabam indo até esses animais movidos pela curiosidade, só que muitos desses bichos não entendem e atacam. Bárbara pontua que eles são iguais às crianças, então, a dica é sempre checar caso estejam muito quietos e sempre manter o ambiente limpo, principalmente caso tenha muito mato.