Comportamento alterado, medo de barulhos e ansiedade são comuns nessa época
A chegada das festas de fim de ano traz alegria para os humanos, mas para muitos cães e gatos significa um período de ruídos intensos, visitas, movimentação fora do normal e alterações abruptas na rotina. Segundo Bianca Parracho, especialista da Petiko, esses fatores combinados tornam dezembro um verdadeiro desafio emocional causando muito estresse nos pets. “O pet não entende o contexto festivo. Ele percebe apenas estímulos intensos e imprevisíveis, especialmente auditivos, que podem ser interpretados como ameaça”, explica.
Quais os sinais de estresse nos pets?
Os sinais mais comuns de estresse incluem tremores, tentativa de fuga, respiração acelerada, inquietação, vocalização excessiva e até alterações gastrointestinais. Bianca reforça que cada animal manifesta o medo de maneira particular. “O tutor precisa observar mudanças de comportamento. O desconforto nunca deve ser minimizado”, afirma. Em casos graves, a orientação veterinária é indispensável.
O que fazer?
Para minimizar o impacto dos fogos e da agitação das festas, o preparo deve começar alguns dias antes. Manter a rotina estruturada, oferecer exercícios e criar um ambiente seguro ajudam muito. Mas um dos recursos mais eficazes, segundo a especialista, é reforçar o enriquecimento ambiental com brinquedos. “Brinquedos podem funcionar como uma ferramenta emocional. Eles ajudam a canalizar energia, estimulam o foco, dão ao pet algo positivo para fazer e o ajudam a se desligar dos estímulos externos”, explica.
A estratégia envolve uma combinação de itens. Brinquedos interativos incentivam a resolução de problemas e ocupam a mente. Mordedores e pelúcias sensoriais liberam tensão física. Petiscos de longa duração e comedouros interativos ativam comportamentos naturais de lamber e mastigar, que têm efeito calmante comprovado. “Esses estímulos são aliados importantes, principalmente para pets que ficam ansiosos com sons. Eles ajudam a manter a atenção em algo prazeroso e previsível”, acrescenta Bianca.
Durante a ceia e os fogos, as recomendações seguem a mesma linha: evitar deixar o pet sozinho, reduzir os estímulos visuais, oferecer sons ambientes e disponibilizar brinquedos adequados por perto. “Um Comedouro Lambe Lambe com petisco pastoso ou um brinquedo recheável costuma ser muito eficaz nesse momento, porque prende o foco do animal e reduz a percepção das explosões”, explica.
Atitudes variam
As necessidades variam entre espécies e perfis. Gatos geralmente preferem esconderijos, caixas, tocas e brinquedos que estimulem o olfato ou a caça silenciosa. Cães de grande porte podem precisar de mordedores resistentes e espaços mais amplos para evitar acidentes quando assustados. “Não existe solução única. O ideal é adaptar os brinquedos ao estilo e à sensibilidade do pet”, comenta.
Após as festas, retomar a rotina e manter o enriquecimento ambiental ajuda o animal a voltar ao equilíbrio. Se o comportamento continuar alterado, o tutor deve procurar um médico-veterinário.
Para Bianca, a mensagem essencial é clara. “Brinquedos não são distrações banais. Eles são ferramentas de bem-estar. Em períodos estressantes, podem ajudar o animal a atravessar o momento com mais segurança, conforto e equilíbrio emocional.”