Seja enxaqueca, enxaqueca com aura ou uma dor comum, cada uma delas tem suas peculiaridades
A jornalista que vos escreve sabe muito bem o que é sofrer com as famosas enxaquecas, assim como as com aura, mas não vou negar que também estou habituada com a simples dor de cabeça. Mas, caso você, leitor(a), esteja se perguntando qual a diferença entre elas, vamos te ajudar!
Vamos distingui-las
Thaís Villa, neurologista e idealizadora do Headache Center Brasil – clínica multiprofissional pioneira e única no país no diagnóstico e tratamento integrado das dores de cabeça e da enxaqueca – explica que a dor de cabeça é um sintoma, a exemplo de uma tosse ou da febre. “Já a enxaqueca é uma doença, que tem como sintoma importante, e mais conhecido, a dor de cabeça.”
“Em casos de dores de cabeça recorrentes, a pessoa deve procurar um especialista – no caso o neurologista – para saber a causa da dor. E quando a enxaqueca é diagnosticada, a pessoa tem uma doença.”
Agora, a diferença da enxaqueca com ou sem aura, “é que a aura também é um dos sintomas da enxaqueca, manifestada por alterações da visão, como embaçamento visual, perda de foco, ver luzes ou imagens pela metade. Então, a doença com sintomas de dor de cabeça e auras visuais é chamada de ‘enxaqueca com aura’”, pontua Thaís.
E que leva à enxaqueca?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca no mundo. A doença, inclusive, atinge todas as idades, mas tem o ápice entre pessoas de 30 e 50 anos, acometendo, principalmente, as mulheres (devido a questões biológicas e hormonais).
A neurologista aponta que a enxaqueca com ou sem aura são doenças neurológicas e hereditárias (com predisposição genética). “Sendo assim, os gatilhos que provocam as crises para a dor de cabeça em pessoas com enxaqueca não são as causas da doença.”
Sintomas das causadoras de dores de cabeça
Alguns dos muitos e diversos sintomas da enxaqueca são: fotofobia (sensibilidade à luz, especialmente as brilhantes); fonofobia (sensibilidade ao som, particularmente altos); osmofobia (sensibilidade ao cheiro) e aura (alterações na visão).
Além disso, Thaís listou alguns dos sintomas mais conhecidos.
- Dormência
- Formigamento
- Fraqueza de um lado do corpo
- Dores no pescoço e ombros
- Sensação de tontura ou vertigem
- Zumbidos no ouvido
- Náusea com ou sem vômitos
- Pálpebras inchadas e olhos lacrimejantes
- Obstrução nasal ou nariz escorrendo
- Dor facial
- Bruxismo
- Taquicardia
- Pressão alta ou baixa
- Mal estar e cansaço
- Dificuldade de concentração e memória
- Alterações de humor.
Dor de cabeça tem tratamento!
A enxaqueca requer tratamento específico, multiprofissional, que “veja” o paciente como um todo. “Não por meio de remédios para dor de cabeça, tratando apenas um sintoma da doença com analgésicos e anti-inflamatórios”, aponta a neurologista.
Os tratamentos mais específicos para a enxaqueca utilizam a toxina botulínica e tratamentos com anticorpos monoclonais anti CGRP, que cuidam dos diversos sintomas da doença, além dos já citados, a ansiedade, distorções cognitivas e de humor, náuseas e vômitos, etc. “Quando a enxaqueca é tratada de forma específica e correta, trata-se também de todos os sintomas que ela possa apresentar.”
Procure um médico!
Se você estiver tendo dores de cabeça, a orientação é procurar um especialista para investigar a causa. Thaís diz que se é uma dor de cabeça aguda, precisam ser afastadas causas graves, entre elas, o rompimento de um aneurisma ou uma meningite, por exemplo. Então:
- Se você tem uma dor de cabeça que é a primeira da sua vida e muito severa, procure um pronto socorro;
- Se você tem uma dor de cabeça recorrente que atrapalha a sua vida, deve procurar um neurologista para investigação;
- Se o diagnóstico for de enxaqueca, faça um tratamento e controle da doença com um neurologista, com medicamentos específicos e também orientações não-medicamentosas que farão o controle da enxaqueca, dos sintomas e das crises que a doença causa.