Nutrólogo explica como certos alimentos podem interferir nas atividades físicas e comprometer o desenvolvimento muscular

Manter uma rotina de exercícios físicos sempre é uma atitude positiva e traz grandes resultados para a saúde do corpo. Neste contexto, no entanto, é preciso desmistificar a ideia de que uma rotina de treino corporal compensa uma má alimentação. Além disso, ressalta-se a importância da união de uma boa alimentação e da prática física para uma vida realmente saudável. O horário em que consumimos o alimento, também pode interferir na atividade física, como comer alimentos ricos em proteínas e gorduras perto do horário do exercício.

“Quanto mais equilibrada a alimentação, melhor. Priorizar carnes magras, frutas e vegetais é fundamental para uma boa saúde. Quando combinamos à prática de exercícios, os benefícios são maiores”, explica Breno Ventura, pós-graduado em nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e proprietário do Consultório Ventura (RJ). Manter o corpo em movimento também traz benefícios psicológicos e sociais, como o combate à depressão, melhora do humor, da autoestima e
da coordenação motora.

A má alimentação é um ataque ao organismo

Um estudo recente publicado no British Journal of Sports Medicine apontou que ir à academia não neutraliza as consequências do consumo de alimentos gordurosos e ultraprocessados. Assim como caprichar na dieta não consegue anular hábitos sedentários. A alimentação saudável e a prática de exercícios são considerados um combo fundamental para promover a saúde em geral, já que, podem prevenir doenças crônicas, reduzir a obesidade, etc. Além disso, a má alimentação no
pré e pós-treino pode gerar cansaço, lesões e atrapalhar a regeneração do corpo.

Os riscos da má alimentação

O especialista indica que o hábito de manter uma má alimentação causa impactos que não estão apenas relacionados ao peso corporal. “Eles podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, risco de diabetes, doenças neurológicas como Alzheimer, além de alguns tipos de câncer”, detalha. Ventura destaca também que alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares refinados, por sua vez, estão relacionados com inflamação no geral.

Além disso, a má alimentação influencia direta e criticamente nos resultados dos exercícios, tornando os resultados da prática muito inferiores do que poderiam ser, caso a pessoa estivesse alinhada a uma alimentação saudável. “Quando a alimentação não está adequada, esse substrato energético estará alterado, podendo comprometer diretamente no exercício físico. Já uma alimentação rica em açúcares refinados pode comprometer os resultados devido à ação pró inflamatória a longo prazo”, pontua o nutrólogo. Uma boa alimentação auxilia ainda na redução da fadiga, no período de recuperação e diminui o risco de lesões.

No que investir

Se você está iniciando em uma nova rotina ou voltando para os hábitos mais saudáveis, Ventura destaca que adotar uma alimentação mais saudável pode mais fácil. Mas nada impede que os dois possam ser combinados juntos, o que é ainda melhor. O profissional elenca ainda os melhores alimentos para serem consumidos antes e depois dos exercícios. “Isso pode depender bastante do tipo de exercício e qual o objetivo do praticante. Na maioria dos casos, é preferível carboidratos, como frutas, por exemplo, antes dos exercícios, que podem fornecer energia para o treino. Já depois do treino, pode ser interessante associar uma proteína”, pontua.

Orientação especializada

Manter um acompanhamento com um profissional ajuda a alcançar os resultados, mas também terá um foco em toda sua saúde. “É necessário pelo menos uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física e anualmente após isso. Dependendo do tipo de atividade física, idade e objetivos, o acompanhamento pode ser a cada três meses”, indica Ventura.