Alimentos ricos em gorduras boas e antioxidantes fortalecem a pele e aliviam efeitos da menopausa
Para muitas mulheres, a pele mais áspera, fina ou ressecada, mesmo sem grandes mudanças na rotina podem ser sinais sutis dos primeiros indícios da menopausa, uma fase de intensas transformações hormonais que vão muito além do fim do ciclo menstrual. Nesse contexto, a nutrição surge como uma aliada estratégica e poderosa, ajudando a cuidar da pele de dentro para fora.
Como a alimentação ajuda na menopausa?
Uma das principais estratégias nutricionais é estimular a produção natural de ceramidas. “Esses lipídios atuam como um ‘cimento’ na pele, protegendo contra a perda de água e agressões externas. Sua síntese depende da ingestão de gorduras boas conhecidas como gordura mono e poliinsaturadas, como ômega 6, presente em alimentos como o azeite de oliva, castanha-do-Brasil, nozes, semente de abóbora e amêndoas. É igualmente importante evitar o consumo do ômega 6 proveniente dos produtos industrializados e da gordura trans, que comprometem essa renovação”, orienta Sheila Mustafá, nutricionista e uma das pioneiras da nutrição estética no Brasil.
A nutricionista também recomenda uma alimentação funcional rica em ácidos graxos essenciais, fitoestrógenos e antioxidantes específicos. Alimentos como linhaça, tofu, brotos e sementes ajudam na modulação hormonal, enquanto frutas vermelhas, chá verde, cúrcuma e gengibre atuam no combate ao estresse oxidativo e potencializa a capacidade antioxidante dessa mulher menopausada, outro fator relacionado ao envelhecimento cutâneo.
A pele é afetada por dentro e fora
Na menopausa, o corpo interrompe a ovulação e reduz bruscamente os níveis de estrogênio e progesterona. Isso impacta diretamente a saúde da pele: há redução na produção de colágeno, elastina e ceramidas. Com isso, a pele perde firmeza, viço, capacidade de retenção de água e de barreira de proteção, tornando-se mais fina, sensível, opaca e ressecada. Fatores externos como poluição, radiação solar, má alimentação, tabagismo e consumo de álcool também podem agravar esse quadro.
“Com a deficiência hormonal, a pele se torna mais vulnerável. A perda da barreira natural a torna suscetível a irritações, rugas, coceiras e até mesmo feridas, especialmente em áreas expostas”, explica Sheila. Alterações como aumento de oleosidade, surgimento de acne e pelos grossos em regiões como o queixo também são comuns.
Outros cuidados
Além da alimentação, cuidados complementares são indispensáveis. Hidratar bem o corpo e o rosto, usar filtro solar com FPS 30 ou mais, reaplicar ao longo do dia e escolher cosméticos ricos em ceramidas e ativos nutritivos são práticas que potencializam os efeitos da nutrição. Também é importante evitar banhos muito quentes, sabonetes agressivos e o uso excessivo de esfoliantes, que comprometem a barreira natural da pele.
Para Sheila, o grande diferencial está em uma abordagem integrada e consciente. “Não existe solução isolada. A menopausa exige um cuidado multidisciplinar que envolva nutrição, dermatologia, ginecologia e, acima de tudo, escuta ativa. É tempo de se reconectar com o próprio corpo com mais respeito e autonomia.”
Falar sobre menopausa com clareza, embasamento e sensibilidade é uma forma de romper tabus e construir um novo olhar sobre o envelhecimento feminino. “A nutrição é mais do que uma ferramenta de saúde: é também um convite ao autoconhecimento e ao autocuidado”, conclui a especialista.