Melasma é mais intenso no verão: saiba como prevenir

Protetor solar, dermocosméticos direcionados e dieta anti-inflamatória garantem resultados mais consistentes no gerenciamento do melasma

Quadros de Melasma, caracterizados por manchas escuras na pele, tendem a se agravar nos meses de maior exposição solar — especialmente no verão. Em grupos com maior propensão, como gestantes e mulheres com mais de 30 anos, os efeitos na pele podem ser profundos se não houver fotoproteção adequada. “O problema pode surgir de forma silenciosa, já que a produção de melanina se desequilibra antes mesmo de as manchas ficarem visíveis”, explica Sheila Mustafá, especialista em saúde da pele.

“Embora a fotoexposição seja um gatilho para o surgimento das manchas, há outros fatores associados, como a alimentação: uma dieta pobre em nutrientes e antioxidantes pode aumentar a inflamação e piorar o Melasma”, destaca Sheila. Cuidados integrados, que unam cosméticos, como protetor solar, cremes hidratantes e antioxidantes, e também uma dieta rica em nutrientes anti-inflamatórios e que reforcem a barreira cutânea, podem contribuir para um gerenciamento dos sintomas, a uniformização da pele e a proteção da saúde.

Entendendo o melasma

O melasma é uma hiperpigmentação crônica, marcada por inflamação, estresse oxidativo e alterações na barreira protetora da pele. Embora seja mais frequente em mulheres a partir dos 30 anos, ele pode aparecer em qualquer idade. No Brasil, estima-se que cerca de 35% das mulheres em idade reprodutiva sejam afetadas, segundo dados da Faculdade de Medicina da Unesp. Não existe cura definitiva, mas é possível controlar e clarear as manchas.

“Além da exposição solar, fatores como radicais livres, poluição, desequilíbrios hormonais, estresse e má alimentação contribuem para o problema”, explica Sheila. Essas alterações afetam células importantes da pele, responsáveis pela sua proteção, cor e regeneração. Por isso, a compreensão do melasma deve ir além da superfície: é uma condição multifatorial que exige uma visão ampla e integrada do corpo e dos hábitos diários.

Cuidados

“Integrar alimentação funcional, terapias cosméticas e procedimentos estéticos específicos é essencial para resultados consistentes, porque a nutrição adequada potencializa os efeitos dos tratamentos e melhora a regeneração da pele”, destaca a especialista. Entre os procedimentos estéticos mais usados, estão os peelings com ácidos como tranexâmico, retinóico e mandélico, o uso de fitoativos antioxidantes e a fototerapia com LED. Mas eles devem ser realizados com acompanhamento profissional e muito cuidado: os ativos de ácidos, em contato com o sol, podem agravar a condição, quando não associados ao protetor solar. “A proteção solar diária continua sendo a base de qualquer tratamento, tanto para evitar a piora das manchas quanto para manter os resultados obtidos”, afirma Sheila.

Além disso, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, folhas verdes, sementes, nozes, chás e minerais como selênio e zinco, ajuda a fortalecer o sistema imunológico e reduzir os processos inflamatórios que interferem na coloração da pele. O consumo adequado de água e a limitação de ultraprocessados e açúcares também contribuem para um melhor equilíbrio metabólico e hormonal, favorecendo a saúde cutânea. “O melasma mostra que o corpo não está em equilíbrio, e a alimentação é a base de tudo; precisamos olhar para dentro, promover a saúde de forma integral e trazendo mais qualidade e bem-estar para a vida dessas mulheres”, ressalta a especialista.